segunda-feira, 19 de abril de 2010

Circo Sansão

De Pequenas Lonas

Depois de muitas voltas entre as cidades de Sumidouro e Duas Barras, no interior do Rio de Janeiro, encontramos o Circo Sansão montado no distrito de Fazenda do Campo. Um circo pequeno, mas com ótima estrutura.

O mágico Émerson fez as honras da casa e nos recebeu todo orgulhoso relatando a trajetória de mais 150 anos que esta família circense carrega nas costas. Pena que, segundo suas próprias palavras, “os pequenos circos estão com os dias contados. Ou crescem ou desaparecem...”

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Circo Ravanis

De Pequenas Lonas

Assim que chegamos à Comunidade da Placa, distrito da cidade de Alegre, no Espírito Santo, nos encantamos com Rayssa e Rayara, pequenas atrações do Circo Ravanis.

Enquanto o palhaço Biscoito e sua mulher Vanessa se desdobravam para preparar o espetáculo e disputar a atenção do público com os inúmeros cultos religiosos daquela noite de domingo, as duas brincavam pelo picadeiro vazio.

Rayssa é mais discreta e se transforma na hora do espetáculo, encantando a todos em seus vôos na corda indiana.

De Pequenas Lonas
Rayara, de apenas 5 anos, não faz muito no espetáculo. Copia a irmã em suas contorsões e apresenta um número de dança. Fora do picadeiro, fala e faz poses como se fosse uma pequena estrela. Não precisa nada mais do que isso para conquistar, com seu sorriso, qualquer um que se aproxime.

Circo Rostok

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Depois de percorrer quilômetros e quilômetros de distância, chegamos às proximidades de Piúma, no Espírito Santo, momentos antes de que o palhaço Sorriso e sua pequena trupe baixassem a lona antes da data prevista para o fim da temporada.

A baixa frequência do público desanimou este aparentemente inabalável senhor de 62 anos, que está prestes a ser pai novamente.

Apesar de muito bem humorado, Sorriso não esconde seu desencanto com a atividade:
- Cara que nasce em circo pequeno, se nascer de novo, não é bênção: é castigo...
Mas, rapidamente, ele recupera a alegria e solta mais uma de suas muitas frases de efeito:
- O bom é circo pequeno, que é muito família e tem eu, né?! No circo grande, eu não tô lá...

Circo Chayanne

De Pequenas Lonas

Em Bom Jesus de Itabapoana, na fronteira dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, conhecemos uma trupe de guerreiros.

Com muita garra e suor, Andressa, Aílton e o restante da família montaram o circo ao lado de uma usina desativada. O espetáculo que apresentam é tão engenhoso e diverso, quanto os nomes que escolheram para seus filhos: Rittiely, Raiany e Roosdvel.

Aqui, os improvisos estão presentes em todas as partes na rotina desta família que traduz bem a resistência dos bravos pequenos circos que se superam diariamente para sobreviver. Percorrem lugares longínquos e, com muita simplicidade, levam encanto e magia para gente que já não tem mais motivos para sorrir.


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De Pequenas Lonas

Circo Globo

De Pequenas Lonas


Em Estrela Dalva, simpática cidadezinha do interior de Minas Gerais, encontramos o Circo Globo, montado próximo à praça principal.

De Pequenas Lonas
Sem dúvida a maior atração do circo é Maria Clara.

Aos 06 anos de idade, ela se contorce toda no picadeiro.

Parece não ter ossos, nem limites...

Mas tem sonhos. Muitos sonhos...

No fim de suas várias apresentações, cuida de seus irmãos menores para que os pais possam dar prosseguimento ao espetáculo.

Uma pequena dama, cheia de responsabilidades, talento e encanto...

Outro número que muito chama a atenção é a escada copal, figurinha fácil no repetório dos pequenos circos. Uma mulher equilibra um copo na testa enquanto sobe os degraus de uma escada. Para o número, são necessários apenas: um copo d`água, uma escada e equilíbrio. O público adora, vibra com a atração.

Uma metáfora perfeita para circos que têm poucos recuros e passam a vida se equilibrando na corda bamba.


De Pequenas Lonas

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Circo Jaguary

De Pequenas Lonas

Mesmo depois de inúmeras visitas e várias chamadas telefônicas, os filhos do dono do circo não autorizaram que filmássemos lá. Embora apresentássemos explicações sobre a natureza do projeto, eles estavam totalmente desconfiados do que faríamos com estas imagens. Segunda as palavras da filha do dono: “Alguma vantagem vocês levarão sobre nós...”

No inicio, fica um certo ressentimento por não ter conseguido convencê-los de que temos boas intenções e só queremos divulgar o trabalho dos bravos pequenos circos que, mesmo sem recurso algum, cruzam este país levando risos para quem já não tem mais motivos pra rir.... Depois, vem a compreensão de que não dá pra ter raiva deste povo que já apanhou tanto, já sofreu tanto, já foi tão maltratado a ponto de desconfiar de qualquer um que se aproxima. No fundo, eles sofrem os mesmos problemas que as populações das cidadezinhas e vilarejos por onde se apresentam.

Fazer o quê? Seguir viagem...

Circo Wayne



O circo está desativado há quase um ano.

Os equipamentos de som e iluminação foram vendidos para pagar contas.

A lona resiste.

O Palhaço Jamelão sobrevive animando festas infantis e dando aulas de circo para a comunidade. Sonha em se eleger deputado, nas próximas eleições, para criar uma lei de apoio ao circo.

Nada mais triste que um circo vazio...



De Pequenas Lonas
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